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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SERÁ O IMPOSSÍVEL ? OI, BB OU BBB, O QUE SERÁ PIOR? - Por Benjamin Collares

Após 1 ano e 4 meses afastado do mercado de trabalho, recebi um convite para voltar. Não que não tenha trabalhado neste período, pois na definição googleniana, trabalho é toda atividade física ou intelectual com o objetivo de fazer, transformar ou obter algo.

Assim se levarmos a fundo esta definição veremos que não há porque classificar qualquer indivíduo como malandro ou vagabundo, pois se existem situações em que é melhor ficar calado, é claro que também existirão aquelas em é melhor não se fazer nada, especialidade desses indivíduos citados.

No meu caso, devo confessar que, nesse período, realizei muito mais trabalhos intelectuais do que físicos, claro que num conceito bem amplo de intelectualidade e bastante restrito de físico.

Mas este não é o ponto que desejo enfocar. Acontece que o meu novo empregador solicitou-me a abertura de uma conta no Banco do Brasil. Pra mim foi algo inédito, uma vez que pelo meu “espírito” desconfiado de mineiro, sempre relutei em ter conta no BB.  A minha teoria,  não compartilhada com ninguém até hoje, é de que nascer no Brasil foi destino; e, depois de tanto tempo, posso afirmar que não dá pra reclamar, apesar da parte” ruim” me deixar, muitas vezes, completamente injuriado e perplexo, mesmo já estando na fase da maturidade(rs); agora escolher  um banco de nome Brasil para  cuidar de minhas finanças é ser doido varrido, querer viver  perigosamente ou gostar de emoções fortes.

Na prática, apesar de poucas, as minhas experiências nunca foram boas com o BB, tendo é claro que se dar o desconto da minha prevenção natural.

Entusiasmado e com o espírito aberto encaminhei-me para a agência do meu bairro e entrei na fila pra pegar uma senha. A primeira situação que me chamou a atenção foi o fato de uma pessoa do banco estar ao lado da “maquina” de senha para distribuí-las. A princípio pensei que fosse um defeito no equipamento, depois vi que, na realidade, havia situações para pegar a senha e outras não.

 A abertura de conta, por exemplo, não era o caso de senha. Fui orientado a tirar cópia de todos os documentos e depois, voltar ao banco para entregá-las à recepcionista, que ficava em uma mesa ao lado da máquina de senha. Percebi que a realidade da fila permanecia a mesma, só que com a sofisticação de, agora, se ter fila com e sem senha. (Que som estranho).

A princípio me senti em posição desconfortável por não ter conseguido uma senha. Pra mim significava algo ruim, o que comprovei mais tarde. No meu pensamento, o fato de não possuí-la, me colocava de fora de uma espécie de “cliente vip que vai enfrentar filas” o que prenunciava mais complicações.

Fiz as cópias dos documentos numa banca de revista próxima e voltei ao banco para enfrentar a fila dos sem senhas. Depois de algum tempo consegui ser atendido, entreguei as cópias e expliquei o motivo para a abertura de uma conta. A recepcionista, muito simpática, me explicou, que pelos procedimentos do BB, ela deveria recolher os meus documentos e agendar uma data para eu retornar para finalizar o processo.

A minha surpresa foi que a data escolhida foi de 5 dias à frente e quando mencionei a necessidade de ter um número de conta pra informar ao meu empregador, ela me concedeu um desconto, reduzindo o prazo para 4 dias. (Ô Loko meu ou viva o BB).

Sem mais para o momento, me retirei da agência meio aéreo, sem entender direito, não acreditando, sem forças pra protestar pelo fato de que em pleno século 21 e na era da informática ter que gastar quase uma semana só para ter uma conta bancária aberta.

As justificativas que pensei para não explodir foram: 1) o BB, por ser o todo poderoso BB, pode se dar ao luxo de “escolher” os seus clientes, 2) o BB, por carregar nas costas esse nome, precisa : burocratizar, irritar, encher o saco,  complicar, dificultar e sacanear a vida dos atuais e futuros clientes, só pelo prazer de fazer isto ou pra preservar a cultura do país e, 3) apenas pra confirmar tudo que eu sempre imaginei dele:  “O BANCO QUE É A CARA DO BRASIL”. 

Como sempre há males que vem pra bem, o prazo exagerado dado ou pedido pelo BB deu tempo para que ocorressem mudanças de planos e que eu, graças a Deus, não precisasse mais abrir a conta no BB (Brigite Bardot) e pudesse utilizar a minha conta bancária “normal” de outro banco.

Vocês estão imaginando que a história termina aqui com um final feliz por um lado e infeliz por outro? Não, tem mais pela frente.

Uns 10 dias depois voltei ao BB pra buscar as cópias dos meus documentos entregues por antecipação, já que não precisaria mais abrir a conta. O que vocês imaginam que aconteceu?

A conta já estava aberta? Eu ganhei um premio especial por estar na fila certa, na hora certa e sem senha? Os documentos foram enviados de volta à minha residência, pois não compareci na data certa previamente agendada? O BB meu deu uma premio especial por ter sido o cliente número xxxxxxxx? Vocês acreditam que Papai Noel existe, só que a roupa que ele usa é preta e branca em homenagem ao Galo que entrega jogo de presente de natal ao maior adversário?
Ao dirigir-me à mesma recepcionista que me atendeu anteriormente e explicar-lhe a situação, fui orientado a entrar na agência propriamente dita e procurar o funcionário X da primeira mesa à direita. Para isto passei pela porta giratória, aquela que sempre barra toda mulher que estiver portando uma bolsa nos ombros. (Não é verdade?).
Expliquei novamente a situação ao funcionário x, que no primeiro momento tentou me voltar pra recepcionista, mas depois resolveu agir. Primeiro procurou nas pastas de propostas de abertura de contas em sua mesa e não encontrando foi ao andar superior onde funciona o atendimento agendado.
Dez minutos depois ele voltou, fez uma ligação telefônica e procurou novamente nas pastas em sua mesa. Por fim, sem solução, me disse que, provavelmente os meus documentos se encontravam no posto de atendimento do banco localizado ao lado da agência, perto do sacolão. Disse também que havia ligado para o posto e que os documentos não haviam sido localizados lá, mas que, provavelmente, estariam lá e que eu procurasse a funcionária y, que era chefe do posto. Sinceramente, da pra entender uma situação dessas?
Mais uma vez sai da agência um pouco aéreo, sem entender direito, não acreditando no que havia acontecido.
Não procurei posto nenhum, nem fiz sacolão. Fui pra casa intrigado e com a pergunta na cabeça que queria fazer ao funcionário x e deixei pra lá. Se eu entreguei os documentos na agência que escolhi, porque é que eles foram parar supostamente no posto perto do sacolão? Será que o BB possui um departamento de classificação de abertura de contas em que algumas são escolhidas para serem abertas pelo posto perto do sacolão? Será que são as sem senhas? Ou é feito um sorteio das contas classificadas para a agência e para o posto? Ou será que as contas consideradas abacaxis ou pepinos contam com a colaboração dos funcionários do sacolão na avaliação final?
Não me interessa mais as respostas. Sei que no Brasil, na maior parte das vezes, elas quase sempre não esclarecem, apenas dissimulam, enganam e fingem responder mudando completamente o rumo da prosa. Afinal estamos no Brasil e assim também sempre será o Banco do Brasil.
Aprendi a viver no meu país e a conviver com as situações. Na maioria das vezes não é pra se levar a sério o que se diz, o que é noticiado, nem o que é alardeado como feito. Só o tempo pra ensinar como se faz esta decodificação. Claro que muitas vezes você se engana com uma situação, pessoa, associação, partido político, etc,  mas rapidamente tudo é reprocessado e você passa a ter novos parâmetros de avaliação.
Não me iludo mais, nem tenho a pretensão de ver o Brasil finalmente deixar de ser o país do futuro e se tornar realidade. Pra ser otimista espero que a geração dos meus netos possa conseguir este feito, apesar de achar uma missão quase impossível em razão da situação atual e vejam vocês que meus netos ainda nem nasceram. (rs)
Um exemplo de situação vivida por mim recentemente foi um processo judicial com a empresa de telefonia OI (pelo nome já da pra se avaliar). Não interessa aqui o que aconteceu, talvez em outro artigo, mas durante todo o processo a empresa utilizou de vários expedientes para vencê-lo na pressão. Envia seu nome pro Serasa indevidamente, depois encaminha propostas com descontos de 50% pra saldar a dívida que você está tentando provar que não é sua e dificulta ao máximo qualquer contato ou acordo. Nesta situação a persistência é tudo, pois você está com a razão e, claro, precisa de um advogado. Foram quase 3 anos pra ver a dívida ser reduzida pela justiça a menos de 10% do valor cobrado e a empresa ainda pagar uma multa de 4 vezes o valor cobrado inicialmente. Este é o nosso País. As empresas agem assim, porque a justiça é lenta e a maioria das pessoas não tem paciência para esperar e acabam concordando com um bom desconto numa dívida que não é delas.
Por estas e outras, que o Brasil não é pra ser levado tanto a sério, tudo tem de ser a meia boca, na média, a meia luz (rs). Praticar o bom humor e ter paciência são qualidades essenciais para se viver e entender o espírito e o jeito brasileiro de ser. .
Por isto em vez de me preocupar com OI ou BB, e também pra escrachar de vez, não vejo a hora de começar o BBB 12 em janeiro de 2012 (que coisa mais deprimente) e, porque não, de chegar a copa do mundo de 2014 pra ver como será.  
É MUITA EMOÇÃO NA SUA TELEVISÃO. BRASSSSSIIIILLLLL.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011




             Steve Jobs em Stanford - Com legendas em Português

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Protestos contra a corrupção 

marcam o feriado de 7 de setembro




É engraçado como pouco foi mostrado na TV!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PLANETA REDONDO - Por Guilherme Naves


Estamos vivendo um momento estranho. O mundo está estranho. Todos os dias nos deparamos com notícias cada vez mais surpreendentes. Em todos os setores, seja no âmbito dos negócios ou na esfera do lazer. São notícias tristes e notícias boas, porém, todas estranhas. Ao mesmo tempo em que evoluímos na medicina e melhoramos as condições de vida da humanidade, assistimos anúncios de guerra e surtos psicóticos seguidos de morte. Todos os anos são lançados no mercado dispositivos cada vez mais avançados para uma comunicação global, porém, esta comunicação nem sempre se mostra tão próxima. Diariamente, notícias de corrupção sem solução em um país que não para de crescer, enquanto aqueles que são livres do mesmo mal indo por água abaixo. São ações que não se batem. O que será que está causando tudo isso?

Se voltarmos no tempo, veremos que muita coisa também não batia. Há muito pouco tempo, as crianças jogavam bola nas ruas, as casas não tinham muros e empresas de alarmes ainda não existiam, que “paz”! Porém, esta concepção não é tão verdadeira. Quem dormia no berço da política, hoje mal sucedida pelo histórico triste, era ninado ao som de pequenas guerras e somente acordava para descarregar suas necessidades básicas nos cidadãos brasileiros. Por outro lado, os pais das crianças, ou se calavam ou enfrentavam os batalhões. Ainda por estas datas próximas, em outro país não tão distante, guerra de um lado e paz, amor, sexo, drogas e rock n’ roll do outro. Duas ações que também não se batiam. Sem dúvida, a sensação de “algo estranho no ar” devia pairar sobre as cabeças dos praticantes de qualquer um desses atos.

Voltemos um pouco mais no tempo. Um planeta nas mãos de um soldadinho de chumbo, com direito a bigodinho e ataques histéricos. Jovens se atracando como loucos enquanto o soldadinho de chumbo alimentava sua nação, que o idolatrava, com conceitos estéticos e preconceitos simplórios. E “num é” que o mundo inteiro, governantes poderosos, nações sólidas e ricas encontraram motivos, entraram de cabeça nesta babaquice e causaram a maior das badernas já realizadas no planeta? Os japoneses que nos digam, devem ter achando bem estranho!

E a primeira língua Brasileira? “Que dó, que dó” não deve ter tido muito que fazer naquela época. Os criadores do tupi-guarani foram dilacerados por um grande desbravador dos mares que não perdeu tempo. Quando encontrou aquele povo rico em cultura e pobre em bens materiais foi logo pegando o que interessava e acabando com tudo que não lhe era “útil”. Pegou mulheres e pedras e dizimou cultura e paz. Ah, já ia me esquecendo, junto a esta cultura lá se foi e primeira língua original brasileira. Não vamos chamar de estranho tal atitude, afinal ele tinha seus motivos políticos e comerciais, aqui podemos falar esquisito.  Opa! Mas fazer dos homens animais, da força física trabalho escravo! É, vamos voltar para o estranho! Ou melhor! Muito esquisito e extremamente estranho!

Daí, podemos estender, relatando sem muito cronograma temporal, aos absurdos impostos por anos e anos pela grande e poderosa igreja católica que apedrejava “bruxas” e assassinava pensadores. Aos incapacitados que perseguiram e crucificaram nosso eterno Jesus Cristo. Ao escravismo africano que mais tarde se tornou racismo até se apresentar Nelson Mandela. As condições cubanas com nosso famoso Chê. E todas as barbáries que hoje estão impressas, nem sempre de forma realista, nos livros colegiais que educam nossas crianças e adolescentes.

Tudo isso foi bem estranho não acham?

Bom, você deve estar se perguntando o porquê desta sessão retro que me dispus a fazer. É que às vezes, quando reflito sobre o mundo hoje, me pergunto se estamos evoluindo ou regredindo. Assim, coloco-me no lugar das pessoas que viveram estas épocas e me encontro em situações parecidas, porém, com características diferentes. Hoje, o estranho se apresenta em forma de desafio. Nossa geração vive um momento em que muitas atitudes já foram tomadas, muitos tabus já foram quebrados e muitas histórias já foram contadas. Temos o privilégio de comparar épocas. Temos o privilégio de estudá-las e saber que não podemos cometer os mesmos erros. Porém, outros erros hão de vir. Outros preconceitos deverão ser quebrados. E assim construímos o planeta. Consertando erros e procurando acertos. Na construção deste mundo não existe prevenção, o que se faz é remediar. Não estaríamos sofrendo com poluição se os antigos já não tivessem errado, portanto, não culpemos somente nossa geração. E o motivo deste “erra-conserta-erra-conserta” é simples. O ser humano é capaz de viver em anarquia? A resposta obvia seria não. Mas nós vivemos em uma. Em uma família existe uma hierarquia, uma comissão organizadora. Assim como um condomínio, um bairro, uma classe trabalhadora, uma cidade, um estado, um país. Mas e o planeta? Está nas mãos de quem? Não vamos culpar Deus, pois ele não irá se manifestar, portanto não teremos resposta. Vamos falar de matéria, de atitudes. O fato é: Não existe uma organização que olhe para o conjunto social mais complexo já conhecido pela humanidade como um todo e que tome atitudes preventivas, e sim varias organizações confusas e pessoas fazendo o que bem querem de suas vidas, e com todo direito.
O planeta está nas mãos de todos. Ele é construído com tijolos individuais e todos nós trabalhamos nesta grande obra todos os dias. Não há preconceito que impeça, não há classe excluída e nem alguém que imponha se você pode ou não participar. Basta estar vivo para ser trabalhador do mundo. Se você respira, de alguma forma contribui com um tijolo a mais, seja ele bem ou mal colocado e ninguém está ali para te regular.

A anarquia é isso e existe desde que o mundo é mundo. E existirá até o seu fim.
Porém, se compararmos as épocas, eu digo com muita certeza que não estamos além dos limites já verificados. Prefiro conviver com terroristas fundamentalistas a ser contemporâneo do soldadinho de chumbo. Prefiro lidar com a corrupção a ser perseguido pelo governo por escrever este texto. Prefiro ser infinitamente mais cobrado pela velocidade da informação a ser obrigado a fazer aquilo que não gosto. Isso porque, se refletirmos a fundo, perceberemos que há tempos existem terroristas fundamentalistas, sempre existiu corrupção e, como não poderia deixar de ser, a chegada da TV, a revolução industrial e outros momentos parecidos revolucionaram e transformaram, claro que em proporções diferentes, a forma de trabalho e a cobrança física e intelectual daqueles que faziam a época. 

As preocupações são diferentes, os desafios são fortes e difíceis, mas tudo que nos desafia hoje são vestígios do passado ou necessidades de futuro que interferem de alguma forma no contexto geral.  Temos que nos adequar e fazer valer a vida. Temos que aprender a viver com sabedoria perante a anarquia global. As opções de lazer são grandes, as belezas do planeta ainda estão vivas e prontas para nos receber. As culturas estão mais próximas, as condições para vivenciá-las também. Penso que nossa felicidade diária hoje, é uma grande recompensa de nossos deveres como cidadãos de bem. É a nova lei, faça o bem e receba o bem, pois fazendo mal, o mundo não suportará, além de trazer um triste fim individual. Se a característica hoje é esta, já estou pronto para viver o imenso mundo contemporâneo. Se estiver errado, terei que remediar mais tarde.

Finalizo este texto com uma bela passagem de Charles Chaplin:

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SÓ JESUS SALVA - Por Benjamin Collares

Olho no olho.
Aperto de mão.
Palavra de honra.
Vergonha na cara.
Até há bem pouco tempo essas atitudes eram respeitadas e muito valorizadas no nosso dia a dia.
Formavam um padrão de conduta que regia o comportamento das pessoas.
Os desobedientes se envergonhavam e quando não, pelo menos ficavam vermelhos.
Em algumas situações era comum pessoas chegarem até a atitudes extremas. 
Engraçado, que apesar de permanecerem no quotidiano, esses valores sofrem constantemente esvaziamentos, flexibilizações e uma denorexização interpretativa.
Denorex é aquele mesmo que parece mas não é. (Rs)
O interessante é que no mundo de hoje onde a comunicação ficou mais fácil e rápida seria natural o reforço desses valores.
Acontece que, como já comentei, a evolução tecnológica levou a sociedade para o caminho errado da busca de eficiência a qualquer custo.
Dai a deterioração das relações humanas foi uma consequência lógica e o desrespeito às pessoas virou fato comum e até incentivado.
Deu no que deu. Sem respeito e consideração às pessoas, a vida perde o sentido, qualidade e valores. 
Hoje fala-se muito em respeito a tudo, em se ter responsabilidade por tudo, mas a ação é sempre contrária e o mundo fica cada vez pior. (Ou vocês estão gostando do que está acontecendo?)
Nesse contexto estúpido, quem é intransigente na defesa desses princípios morais está sendo chamado de antiquado, conservador, reacionário e por ai vai.
Virou vergonha ser defensor das tradições e passou a ser considerado coisa "de direita".
Eu, que sou canhoto, acho estas posições ridículas e sem sentido.
O fato é que a ética não pode ser flexibilizada, ou se tem ou não.
Esse processo de afrouxamento moral começou de forma lenta e gradual, mas sempre com tendência de crescimento, infelizmente.
Hoje está consolidado e assistimos no dia a dia às maiores demonstrações de desfaçatez e cara de pau, sem o menor constrangimento e o pior, sem maiores protestos da sociedade.
Nem ficar vermelho se fica mais, parece que a cor saiu de moda.
A maioria correta passou a achar que não vale mais a pena lutar e os aproveitadores regozijam e deitam e rolam, rindo na nossa cara.
O exemplo que fica é que "se dar bem" é o que é importante, não importa como. 
O incrível é que além de ser executado à luz do dia na cara de todo mundo o mal feito passou até a ser justificado utilizando-se, para isso, interpretações distorcidas de preceitos morais e até religiosos.
O mais comum é o "é dando que se recebe", bela apologia à solidariedade, que passou a justificar trocas de favores e outros troca trocas. (rs)
O "amor com amor se paga" deu margem ao empreguismo de esposas, maridos, namoradas e amantes.
"Amai o próximo como a ti mesmo" significou ajudar irmãos, parentes, amigos do peito e o próprio, que sempre fica com um percentual.
Além das complicações do modo de vida moderno, outros fatores vem contribuindo para a grande expansão da velhacaria: a justiça continua lenta, parece que a tecnologia não chegou lá, e ao mesmo tempo o problema interpretativo começa a afetá-la também, pois como as leis no Brasil são dúbias, pode-se culpar ou inocentar, dependendo da interpretação que se dê a elas, o que favorece ao surgimento dos dois pesos e duas medidas.
A amizade, o companheirismo e estar do mesmo lado do poder são aspectos que também foram incorporados aos julgamentos e decisões, de forma que se a pessoa for um companheiro, muitas vezes isto basta para que ela não precise prestar esclarecimentos. Institucionalizaram o "sabe com quem está falando?" como prerrogativa de inocência e confirmaram que "os fins justificam os meios" sempre.
A mentira virou regra e passou a ser considerada estratégica em nome da governabilidade, estabilidade e sei mais lá o que.
Nesse quadro, a população se divide, uma parte adere ao procedimento vigente e a outra ignora, configurando um quadro perfeito para a expansão da malandragem, que encontra caminho livre e desobstruido.
Esse vazio moral, em parte, pode ser explicado pela anestesia da vida moderna que deixa as pessoas exaustas pelo trabalho árduo e os transtornos do dia a dia e oferece como descanso a TV e a Internet, como preparativos para o sono, que tem de ser rápido pois a rotina pesada do dia seguinte está vindo logo ali.
Com isto o ideal de vida para as pessoas passou a ser somente sobreviver e, se puder, obter coisas materiais, trazendo com isto um crescente e nefasto egoismo que se estabelece, cresce e permanece. Uma fonte permanente de insatisfação.  
Acabaram-se os sonhos. Não se têm mais causas, bandeiras que façam as pessoas se mobilizarem, irem as ruas, protestar, pedir, reclamar.
Perdeu-se a capacidade de se organizar, discutir e pensar junto.
Faltam propósitos mobilizadores e a esperança cedeu lugar à acomodação. 
Fico pensando se a minha geração e a antecessora a ela não exageraram na dose e provocaram uma revolução tão grande no mundo, lutando por liberdade, igualdade social, paz , amor e justiça social, que esgotaram as formas de protestos e provocaram transformações além do necessário. Será?
Ficou parecendo que depois de tudo o que foi feito, o mundo perdeu os limites e as referências, deixando a sensação de que tudo aconteceu e, ao mesmo tempo, nada mudou.
Uma grande ressaca e acordamos no mesmo beco sem saída, só que mais estreito.
O interessante é que não faltam causas para serem defendidas. Talvez estejamos vivendo o momento mais crítico de nossa vida na terra, com os perigos ambientais rondando a nossa porta, e um punhado de doidos à frente das nações e das discussões a esse respeito.
É óbvio que isto poderá ter consequências sérias para a nossa vida e o nosso futuro.
Assim, não dá mais pra se acomodar e fingir que não estamos vendo.
Precisamos reencontrar forças para vencer esse individualismo que nos domina e retomarmos, como uma sociedade de verdade, as rédeas de nossas vidas, de forma a permitir novamente sonhos e desejos  pelas coisas que de fato nos completam e nos realizam plenamente.
Primeiro será preciso arrumar a casa.
Chega de tolerância com esse lero lero, disse me disse, fingimentos, elocubrações e jogadas pra plateia desses sanguessugas que estão acabando com a decência e a moralidade nesse país. 
Precisamos dar o exemplo para poder cobrar melhor dos outros.
Li recentemente e concordo que o nosso grande propósito, nessa passagem pela terra, é encontrar o verdadeiro sentido da vida.
Por isto mesmo, chega de ficar girando em círculos sem saber pra onde ir.
Precisamos reencontrar com Deus, urgentemente.
Talvez isto explique a confusão e o desnorteamento em que nos metemos.  

terça-feira, 7 de junho de 2011

GENTE É BOM, DEMAIS ATRAPALHA - Por Benjamin Collares

"... Eu nasci em Caeté."
"Que isso! Que cidade você foi escolher pra nascer." "Ir lá é um risco constante."
"Concordo, ô estradinha miserável, mas tem outra por Sabará."
"Deus me livre, aquela é muito curvada. Tem curvas em que você vê até a placa trazeira do carro. Tô fora."
"Além disto, quê que tem pra se ver e fazer em Caeté que compense esse risco todo?"
"Agora, você me pegou de jeito." 
"Acho que venceu, vou mudar a minha cidade natal no facebook."
 
Que coisa maravilhosa esse facebook, você muda de perfil, muda de amigo, muda de cidade, muda o que você gosta e o que não gosta.
Vou tirar Caeté do meu perfil e indicar outra cidade natal.
Se perguntarem por quê, digo que cansei de nascer em Caeté e decidi nascer em outro lugar. (risos)
 
Seria ótimo se tudo pudesse ser resolvido dessa maneira, vocês não acham?
 
A minha cidade não vive os seus melhores dias e ainda dá um azar danado quando aparece no noticiário.
A famosa BR 381, conhecida como a rodovia da morte, porque mata mais do que se desvia dinheiro nesse país, passa por um punhado de cidades, mas já está associada a Caeté.
Por quê?
Toda notícia no rádio, tv ou jornais a manchete é assim: "Mais um acidente grave na BR 381 próximo ao trevo de Caeté".
Parece marcação, os caras da imprensa estão de má vontade, ou os projetistas capricharam nos erros nas próximidades do trevo de Caeté, ou, então os motoristas combinam de perder a atenção perto de Caeté. (É muita sacanagem junta).
Um amigo até acha que o conceito de próximo é um pouco mais longe, quando diz respeito ao trevo de Caeté.
Parece verdade, pois não é que com a queda da ponte do Rio das Velhas já estão tirando casquinhas na reputação da minha cidade e já tem gente pensando que a ponte é "próxima" a Caeté. (Risos)
 
É triste, mas Caeté, assim como muitas outras cidade, perdeu sua referência histórica, a importância econômica que tinha, a consistência cultural, sua vida social.
Perdeu o espírito de cidade.
Acomodou-se com os 15 anos de agonia da única indústria que tinha e não criou alternativas de sobrevivência.
Dormiu no ponto e acabou virando uma "cidade dormitório", num beco sem saída.  
Aliás, no Brasil de hoje, as cidades estão ficando assim, sem identidade, maltratadas e mal amadas.
 
O interessante é que nem sempre foi assim.
Cidade histórica do ciclo do ouro, Caeté tinha uma indústria forte que garantia uma vida digna para todos.
Outra sorte, é que a empresa era francesa e muitos franceses foram viver na cidade.
Assim foi possível aos caeteenses usufruir também da  cultura daquele país.
Na empresa havia uma preocupação social e era garantido saúde, moradia e educação para todos.
A boa situação ecomômica também contribuiu para o crescimento das atividades comerciais e de serviços.
Lembro-me bem, quando garoto, que no natal, todos os filhos dos empregados da empresa recebiam presentes, distribuidos por faixa de idade e sempre o mesmo para todas as crianças.
Era uma bela confraternização.  
 
Mas não foi no aspecto econômico que o benefício foi maior.
Caeté fervia culturalmente.
A maioria das pessoas, além de trabalhar na mesma empresa, estudava nas mesmas escolas, frequentava os mesmos clubes e lugares e tinha as mesmas informações.
Isto garantia, de alguma forma, oportunidades para todos e uma convivência democrática.
  
Vivi toda a minha infância, adoslescência e o início dos tempos de adulto lá, ou morando por um grande período ou ficando doido pra voltar nos finais de semana, todos pra variar.
A cidade era um moto contínuo de criatividade, iniciativas, divertimento e aprendizado.
Grupos de teatro, de dança, bailes com artistas famosos, shows, grupos de rock locais, concursos literários, jornais, festival de inverno, encenações ao vivo na semana santa, campeonatos de voley, futebol e futebol de salão disputadíssimos com muitas equipes locais, carnavais inesquecíveis, banda de música, desfiles memoráveis no dia da pátria e dos trabalhadores, escritores e uma vitória inesquecível no programa "Mineiros Frente a Frente" promovido pela saudosa Tv Itacolomi, que promovia disputas entre cidades mineiras. Foi Campeã! Que orgulho!
 
Sem egoísmo Caeté recebia muitos visitantes e eu arrisco a dizer que foi a cidade mais festeira da RMBH.
O exemplo mais marcante que ouvi do quanto ela foi importante na vida de quem teve a felicidade de viver lá nesse período, foi numa reunião recente de ex colegas de turma do "Ginásio José Brandão', que saudade, com o comentário do meu amigo Américo sobre a afirmação de um outro colega nosso José Antônio, que, num dia de inspiração, resumiu tudo: " Eu só fui conhecer o mar aos 23 anos, porque Caeté me bastava."
 
Descobri, na casa da minha mãe, dois livros sobre a cidade escritos por Arthur Lima Júnior, um chamado, justamente, "O que há para se ver em Caeté." de 1969 e o outro "Saudade em Retalhos - História de Caeté, de 1979.
 
Em ambos encontramos um roteiro turístico da antiga Vila Nova da Rainha e a reverência e referência à pessoas e fatos que contribuiram para a sua história.
Aliás, fazendo um parênteses, que nome mais bonito tinha a minha cidade; "VILA NOVA DA RAINHA", com todo respeito que tenho por Caeté, se algum dia pudesse, lutaria para retornar o antigo nome.
 
O fato é que as lutas, sonhos e realizações de muitas pessoas não podem ter sido em vão.
Não podemos esquecer o que fizeram os Josés, Antônios, Terezas, Marias, Gláucias, Mirthes, Lourdes, Ledas, Joaquins, Joãos, Veras, Geraldos, Romeus, Aparecidas, Jairs, Raimundos, Tiãos, Valdirs, Júlios, Mários, Paulos, Fernandos, Joaquins, ..., muitos outros, além dos Beijos e as Idas. 
 
Os pontos turísticos mencionadas ainda encontram-se lá, prontos para serem trabalhados e divulgados.
Quer beleza maior do que a Serra da Piedade, que hoje ainda conta com o observatório da UFMG, a grande quantidade de lagos e cachoeiras, a vocação da cidade para o turismo de aventura, as igrejas e as construções históricas.
O mais belo nascer da lua que já vi, é lá do alto da Serra da Piedade.
 
Os seus lugares, ruas, bandas, jornais, tipos populares de nomes pitorescos e inesquecíveis: Pito Aceso, Alto do Quenta Sol, Quebra, Mundéus, Santa Frutuosa, Morgan, Berra Lobo, Pedra Branca, Morro Serrote, Vila Rato, Vila das Flores, Beco dos Aflitos, Morro Vermelho, Emboabas, Maracatu, Potoca, Quitandinha, Rua do Gambá, Quatro Cantos, Penha, Penedia, Bairro Europeu, Bairro Americano, Rua do Mato Dentro, Pontinho, Bar do Inhô, Bar Cantinho do Céu,Bar do Zé Cutucum, Bar do Tonico, Bar do Coquinho, Bar do Zé Leite, Bar do Leblon, Saps, Zé de Quita, Vasquinho , Estrelinha, Miami, Funcionários, Ferro Brasileiro, Arca, Coral Vilela, Banda Dura, Sac, Sem Compromisso, Funchas News, Opinião, A Pinga, MUG, Dis is a Uil, O Rabicó, Álamos, The Seven Boys, Elvira Papagaio, Lizena, Tilau, Nonô Doido, Tanin, Zé Pataca, Salomé, minha querida pracinha Getúlio Vargas, Nico Preto, Flávio Cuica e Xexéu.   
 
Caeté precisa despertar desse marasmo que a paralisou, ir em frente em favor de um projeto de recuperação de seu potencial econômico, cultural e turístico e redescobrir o passado glorioso que teve.
 
Para isto será preciso dedicação, união das pessoas e muita motivação, que pode ser encontrada justamente no movimento em favor da duplicação da BR 381, seguramente, o maior obstáculo para o desenvolvimento da cidade.
 
A situação da estrada já deixou de ser calamidade pública pra virar caso de polícia.
Não se concebe uma rodovia matar tanto, por tanto tempo, impunimente.
 
Interessante que em 1969, pelas condições da época, a BR 381 parecia ótima conforme descrição do livro: " A viagem é calma, em asfalto novo, com algumas curvas, mas sem perigo, com a tranquilidade de ótima sinalização como guia seguro."
Claro, havia menos gente, a cidade era menor, poucos carros circulando e os ônibus e trens eram os meios de transporte mais utilizados.
 
O segundo grande obstáculo ao desenvolvimento de Caeté, de outras cidades e do país é o egoísmo e a passividade das pessoas em relação ao que está ocorrendo em volta delas, o que, em última análise, mostra que a solidariedade e a democracia encontram-se em cheque, motivadas por uma mistura de desânimo e cansaço das pessoas pela opressão da vida "moderna". 
 
Assim, talvez o contraste entre o passado glorioso e o presente complicado da minha cidade natal , possa nos fazer refletir sobre a situação atual.  
 
As questões ligadas à economia, à infraestrutura, ao bem estar social e ao meio ambiente nos remetem a uma pergunta básica, que não está sendo levada tão a sério nas discussões e análises sobre o nosso futuro: Não tá passando da hora de enxergarmos que já tem gente demais no planeta e consequentemente, nas cidades, já que as taxas de urbanização são altíssimas?
 
Se pensarmos que cada ser humano é um consumidor de energia e esse será o principal problema a ser enfrentado nos próximos anos, junto a outro do mesmo calibre, que é o abastecimento e o consumo de água, tudo num contexto de recuperação do equilibrio ambiental, veremos que com menos gente teremos mais chances. 
 
Não tem escapatória, é matemático, tudo tem limite.                                                                                                                                                                     
 
Chegou a hora da responsabilidade de se estabelecer um rigoroso controle de natalidade em nível mundial para o bem de todos.
 
É claro que nessa situação conturbada que vivemos hoje, em que os egos estão inflados e as disputas são por qualquer coisa, não será fácil o consenso para uma decisão dessa magnitude. Postergá-la, no entanto, é uma covardia com a nossa terrinha. 
 
Nesa perspectiva, a recuperação de Caeté fica parecendo coisa bem mais fácil e simples de ser feita, não é mesmo?
 
Mais do que nunca, camisinha sempre!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Brasília Century Fuck - Por Guilherme Naves

“Lindas escolas super equipadas”,“ruas e praças novinhas e limpas”,”rodovias em perfeito estado”, “hospitais modernos e atualizados” e por fim “crianças, idosos e cidadãos felizes da vida”!  Cada vez que vejo uma propaganda do governo eu fico mais surpreso com tamanha criatividade. São realmente grandes obras que deveriam estar em uma colocação considerável no ranking das superproduções do setor fictício audiovisual mundial. Fico me perguntando por que as pessoas responsáveis por estes anúncios não estão, há muito tempo, trabalhando para a The Walt Disney Company ou em qualquer produtora de renome em Hollywood.

Vamos entender um pouco mais sobre o que é uma propaganda?

Diferente do jornalismo, a publicidade visa adição de valor a um serviço ou produto. Ela é usada para exaltar pontos positivos e compensar defeitos e negatividades do anunciante.

Quando pensamos em empresas não se trata de uma ação errônea nem tampouco desleal, tendo em vista que temos o nosso direito de consumir ou não aquilo que foi anunciado. Mas de fato se trata de uma ação parcial e objetivada a criação de ilusões. De fato ela sempre estará primeiramente a favor do anunciante e não do consumidor.

Hora, pensem bem! Como podemos deixar que ações que visam uma comunicação com tal objetivo sejam fontes de informações sobre os gastos do dinheiro público?

Neste momento você deve estar afirmando que esta não é a principal fonte, que existem telejornais, revistas e centros de discussões que informam de forma completa sobre estas questões. Ok! Tudo bem! Realmente existem. Mas em um país como o Brasil, grande parte da população se deixa levar pelas fantasias apresentadas por esta ferramenta extremamente poderosa que é a publicidade. Mesmo que não fosse tão influenciada, o absurdo se constrói ao pensarmos que o seu dinheiro está sendo usado para uma informação parcial a favor daquele que está no poder. Independente de esquerda ou direita, esta atitude deve ser condenada e extinta de qualquer sociedade.

O fato é: dinheiro público deve ser tratado com respeito, a favor do povo! Fico imaginando um senhor de idade, após voltar de sua aventura forçada pelas filas do SUS, se deparando com um anúncio que retrata um hospital limpo, com leitos novos e médicos disponíveis. O sentimento deve ser revoltante. Ainda piora se ele tiver a consciência de que aquela produção foi feita através do recolhimento de sua suada verba mensal

Claro que o jornalismo também não está lá estas coisas e os comunicadores da criação estão certos em criticar e querer tomar parte do espaço, mas com devido “desrespeito” aos meus colegas de trabalho publicitários, digo que “vocês” estão errados! A propaganda política deve ser extinta! Ela só fomenta um imperialismo onde quem está no poder leva grande vantagem, desenvolvendo uma extrema covardia e deslealdade para com nosso povo. As Informações sobre o destino do dinheiro público devem ser contempladas somente no âmbito do jornalismo e nada mais. Onde, em sua essência, a informação é imparcial e democrática. Pelo menos deveria ser.  

Outro ponto a ser ressaltado está instalado no verdadeiro Oscar político. Aquela disputa insuportável entre superproduções em busca de votos para subir ao podium. Novamente peço “desculpas” aos meus “queridos” colegas, mas a campanha eleitoral deveria ser restrita a um candidato em uma cadeira ao fundo branco dizendo o que tem pra dizer em frente a uma câmera. No máximo uma legenda com seu nome e seu numero eleitoral. O que importa é seu conteúdo. É o que ele tem a dizer. São as idéias do candidato que o povo precisa saber. Sem marcas, sem apoios artísticos ou de renomes sociais. Não se preocupe “amigo publicitário político”, existem mercados mais bonitos e criativos no mundo da comunicação. Você pode até ir pra Hollywood, portifólio você já tem!

Por fim, lanço aqui um desafio para que todos lutem por isso. Tenho certeza que desta forma, para alcançar um cargo público, o candidato terá que se preparar em dobro, ter conteúdo claro e saber o que está fazendo ali sentado naquela cadeira. Bem diferente daqueles que assistimos diariamente pela nossa multinacional “Brasília Century Fuck”. 

terça-feira, 24 de maio de 2011

A MELHOR BANDA DE TODOS OS TEMPOS E DA ÚLTIMA SEMANA - Por Benjamin Collares



Paul Maccartney passou novamente pelo Brasil para dois shows no Rio.
Foi também a Santiago do Chile e Lima no Peru.

As imagens da chegada dele a capital peruana, onde nunca havia tocado, com uma multidão nas ruas, gritos e correria ficaram parecendo que a beatlemania havia ressurgido depois de 47 anos.
 
O que? 47 anos? Meu Deus, o tempo passou rápido demais.

Agora, em junho, já vou fazer 57 e o Paul 69 anos, não parece pra nenhum dos dois, pois temos signo, cara e disposição de garotos, mas é preocupante. (Risos)
 
Muitos podem perguntar, apesar das evidências contrárias, se ainda existe alguém disposto a ouvir aquelas canções? O que elas têm de especial?

Lennon disse uma vez que se soubesse o segredo do sucesso dos Beatles contrataria 4 cabeludos e seria o empresário deles.

O fato é realmente intrigante, afinal a banda acabou há 41 anos, ficou na ativa somente 8, dos quais em apenas 3 realizou apresentações ao vivo,  e, no entanto, é discutida, reverenciada e vende horrores como se estivesse aqui e agora.
 
O ano passado foram relançadas todas as músicas remasterizadas digitalmente e elas ficaram incríveis a ponto de se poder perceber a porcaria que foi a conversão para CD até então, com a recuperação dos efeitos e detalhes que haviam sumido das gravações.

O legal é que, depois de tanto tempo, os Beatles voltaram a colocar 5 álbuns juntos e ao mesmo tempo nas paradas ingleza e americana.
 
Eu que sou fã absoluto tenho que pacientemente ver amigos, colegas, amigos dos amigos, críticos, questionarem, levantarem hipóteses e até chegarem ao ponto de tentar provar o improvável: "a existência de outra banda tão boa".

Fica o consolo que se dedicarão à essa missão impossível pelo resto da vida sem chegar a nenhum CQD. (Risos)
  
Eu sempre digo que o sucesso dos Beatles é fruto do talento, é claro, mas principalmente, pelas harmonias vocais, pra mim insuperáveis, dos arranjos perfeitos e das canções, que além de mágicas, têm algo de sobrenatural. (BBBuuuuuhhhhh)

A longevidade deles é incontestável e o engraçado é que quem ganhou a fama de que não morreu foi o Elvis.
 
Analisando alguns fatos reais e comentários feitos sobre esse fenômeno talvez se consiga chegar a alguma pista que o explique.
Vamos a alguns exemplos:
 
O meu amigo Leandro gosta muito de música, é bem mais jovem do que eu (23) e nunca havia ouvido Beatles. Além disto, falava deles com um certo desdém e fazia apologia ao Aerosmith e ao Bon Jovi.

Apesar da vontade de morrer com a comparação, acabei emprestando-lhe o "Magical Mistery Tour", que tinha a música "I am  the walrus", que não só despertou o menino para o "Fab Four", como acabou sendo a escolhida por ele para tema sonoro de seu trabalho de conclusão do curso de computação gráfica.

Hoje sei, que mesmo sem admitir, o Leandro virou mais um fã, pois ouviu toda a discografia  e, ao mesmo tempo, chamou a minha atenção para esta música que nunca figurara entre as minhas favoritas.
 
Outra amiga, pensava que "Hapiness is a warm gun" fosse uma música do U2 até descobrir que era dos Beatles.

Outro dia fui mostrá-la a gravação original que encontra-se no "White Album" e resolvi, depois, ouví-lo novamente com calma. 

Sempre foi dito por todos, inclusive pelo produtor George Martin, que o famoso Album Branco, que é duplo, daria um excelente álbum simples e que algumas canções deveriam ter sido cortadas, isso virou uma "verdade".

Acontece que ouvindo-o melhor agora, vi que não tem nada disso, descobri que ele é bom com força do jeito que é e o seu único problema é ser o sucessor do revolucionário Sgt. Peppers.
 
Quanto a minha amiga, que não conhecia bem os Beatles, ela foi catequizada por mim, durante os preparativos para o show do Morumbi do ano passado.

O mais legal foi que com a overdose de Beatles e de Paul que ela recebeu, uma de suas poucas críticas foi em relação a música "My love", classificada por ela como chata.

Agora imaginem a cena: "Morumbi lotado, céu estrelado, todo mundo cantando junto My Love e lágrimas escorrendo dos olhos da minha amiga." (Vai explicar)
 
Na volta a BH, após o show, o Bernardo (9 anos), aluno da Taísa, perguntou-me, certa manhã, se eu gostava dos Beatles?

Respondi-lhe que muito e lhe devolvi a pergunta?

Ele me disse que havia escutado "Help" na casa de um coleguinha e gostado muito, e mais, que já havia comprado o filme para assistí-lo.

Na hora pensei: "Vai começar tudo de novo".

O Bernardo ainda não sabe, mas vou comprar pra ele, primeiro a Coletânea Vermelha com as músicas da primeira fase (1962 a 1966) e depois a outra Azul (1967 a 1970), o efeito multiplicador disto vocês não podem imaginar.

Serão mais uns 30 anos de Beatles por aí, graças a Deus.
 
Um dia a minha filha chegou em casa, após assistir ao filme "I am Sam" com Sean Pean e me disse de forma categórica: " A música dos Beatles que eu mais gosto não é mais "While my guitar gentle weeps" mas "Across the Universe", eu fiquei assustado com tanta convicção, pois mal sabe ela, eu já mudei de opinião umas 30 vezes em relação a melhor música e umas 5 vezes em relação ao melhor álbum. 
 
O produtor George Martin escreveu em 1977, na contracapa de um álbum ao vivo que preparou à partir de dois shows nos EUA, que durante os trabalhos a sua filha Lucy, então com nove anos, falou com ele a respeito deles: "Você costumava gravá-los, não, papai? "Eles eram tão bons como os Bay City Rollers?" "Provalmente não" ele respondeu na hora, sem pestanejar, pra comentar depois em off: "Um dia ela descobrirá". (Risos)
 
O amigo e eterno assistente da banda Derek Taylor disse no auge da beatlemania, que aquelas canções eram tão fortes e boas, que ainda no ano 2000 seriam apreciadas no mundo. Que cara mais ruim de previsão, vocês não acham?
 
Guardei alguns comentários que recolhi do site UOL após os shows de Maccartney ano passado em SP e lá era dito, justamente, que todos já sabiam em detalhes a sequência das músicas que seriam tocadas, o que seria dito pelo Paul em cada uma delas e no entanto:
 
"A previsibilidade da ordem das canções, não diminuiu em nada o fator surpresa durante as quase três horas de show. Isso porque vídeo, reportagem ou entrevista alguma conseguiriam antecipar a emoção ou reação que só poderiam ser expressadas naquele momento ao vivo".
 
"Como explicar a excitação de uma menina de 10 anos que conseguiu ver Paul cantar sua música preferida, Hey Jude, de cima de um banquinho, que o pai teve que convencer um segurança do evento a deixar entrar. Ou a pura alegria de um senhor, já avô, virar criança de novo ao cantar e bater palmas durante o delicioso refrão “Ho, hey, ho” de Mrs. Vandebilt, outro petardo de Band on the run."
 
"Era marmanjo enxugando os olhos, roqueiro se declarando pra namorada, menina cantando a plenos pulmões como se Paul McCartney estivesse ali só por causa dela. Tal qual um super-homem, ele, aos 68 anos, parecia imbatível."
 
"Não precisa de efeito especial, nem de troca de figurinos, nem pirotecnia, é só ele, a banda, um sistema de som e telões perfeitos." (E as canções mágicas)
 
"Pensando bem, precisar disso tudo não precisava. Paul Maccartney é o maior artista vivo, tem repertório dos sonhos, integrou a melhor banda de todos os tempos e carrega, em sua longa história, mais um monte de etecéteras. Poderia simplesmente deitar em cima de tudo e fazer um show protocolar, pois para as milhares de pessoas no Morumbi, qualquer coisa que ele fizesse seria o melhor. E foi justamente o contrário, daí a importância do show."
 
Ao entrar no Morumbi fui testemunha de um jovem de uns 17 anos em estado de graça dando cambalhotas no gramado e gritando "Eu estou no show de Paul Maccartney", mais tarde o vi aos prantos ao ouvir "Something" e pensei "De onde vem esta paixão?" 'Quem pode explicar isto?"
 
Na história ficaram também fatos marcantes e engraçados como a frase dita pela tia Mimi a Lennon, quando não resistindo mais aos apelos para comprar-lhe uma guitarra disparou: "Eu vou comprar a guitarra, mas você trate de estudar porque nunca ganhará a vida com ela"; ou o diretor da Decca Records que recusou o contrato com os Beatles afirmando que o mundo não aguentava mais conjuntos vocais masculinos e depois saiu feito um louco atrás dos Rolling Stones pra recuperar o prejuízo; ou a sorte do Ringo de virar o baterista no momento da gravação de "Love me do", porque o Pete Best foi recusado pelo produtor.
 
Muitos críticos sempre disseram que eles não resistiriam ao tempo e que só viraram lenda pelo pouca duração da banda. (Quanta idiotice).

Parece coisa de fã dos Rolling Stones que não se conforma com a eterna vice liderança, que permaneceu mesmo após o fim dos Beatles, que mais parecem uma sombra a atazanar a vida das pedras rolantes, dos aviões U2, dos zeppelins de chumbo, dos floyd cor de rosa, da rainha, rems, águias, super vagabundos, estreitos terríveis e todas as outras bandas (AC e DC).                                                                             
 
Decidi não ir ao show Rio, porque ainda estava digerindo a emoção vivida no dia 21/11/2010  no Morumbi, que conforme confidenciou o próprio Maccartney, foi um dos melhores shows da carreira dele, algo inesquecível que viverá comigo pra sempre.

Confesso a minha estupidez e digo que me arrependi amargamente de não ter ido ao começar a ver o show pelo site Terra.

Só espetáculo de Hey Jude com a galera, já teria valido a pena.
 
Espero que Sir Paul ainda volte muitas vezes e que o Ringo e sua "All Star Band" também pintem por aqui.

Afinal sempre haverá plateia para o som dos Beatles, pois a magia deles é contagiante e vai passando de geração a geração como uma lenda, um mantra.

Deus na sua imensa sabedoria e paciência, vai curtindo essa maravilha, onde as mensagens são de amor, paz, compreenção, entendimento.

Ele sabe também que tem todo tempo pra reuní-los novamente, desta vez pra sempre, eternamente.

Obrigado, Paul Maccartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Salve a Música - Por Benjamin Collares

Para Don Mclean, autor de "American Pie", imortalizada por Madonna, a música morreu em 03 de fevereiro de 1959, quando um acidente aéreo matou Buddy Holly, Rictchie Valens e J.P. Richardson (Big Booper).

Buddy, o mais famoso dos três, é um dos pioneiros do Rock and Roll (Peggy Sue, That`ll be the day) e estava no auge de uma carreira iniciada há um ano, Richie era sucesso (La bamba, Donna) e Booper era conhecido por Chantilly Lace.

Raul Seixas preferiu dizer que foi o dia em que o Rock bateu as botas pois perdeu, precocemente, três influências importantes.

O fato é que a data ficou conhecida como ´"the day the music died". So bye, bye Miss American Pie....
Desta forma simbólica teremos muitas datas para lamentar a morte da música, com a ida pro andar de cima de muitos genios inesquecíveis.

O bacana é que sempre apareceram novos para renovar e seguir em frente com ela embalando os corações e mentes. 

Sempre convivi com música e não preciso dizer o quanto gosto.

Lembro muito do meu pai, que possuia uma grande discoteca e dos discos sempre tocando na minha casa lá em Caeté .

Todo tipo de música, discos antigos, alguns que nunca mais esqueci. (Ray Conniff, Elizete Cardoso, Germano Mathias, Nat King Cole, Miltinho)

Havia também o rádio, outra fonte de sucessos e de belas canções.

Foi no rádio, não sei mais se em 1964 ou 1965, que fui apresentado à música verdadeiramente, quando chegando em casa do futebol, fui deixar a roupa suja no quarto dos fundos e, de repente ao passar, começou a tocar "Please, Please me" e eu fiquei paralizado, não acreditando no que ouvia, "eram eles."

Apesar de gostar de outras manifestações artísticas, a minha relação com a música sempre foi diferente.

Ela transmite emoção, conforto, paz, é quase uma terapia, digo quase, porque nunca fiz terapia. (risos).

Qualquer desconforto, ansiedade, não tem perdão, é botar uma música das boas e num instante estou revigorado e com o otimismo renovado.

Sou testemunha dos benefícios que a música proporciona às pessoas e de como ela torna a nossa vida melhor.
É uma das mais fortes manifestações humanas e carrega poderes terapeuticos, além de exercer fortes influências em nossa percepção e aprendizado.

Na antiguidade a relação com a música era muito mais forte e não mero entretenimento comercial como é hoje e nós não fazemos idéia dos "poderes musicais", dos quais, só aproveitamos uma pequena parcela.

Vi num livro antigo "Música e Psique - As formas musicais e os estados alterados da consciência" a mais bela definição sobre música: "É um eco do impulso da criação divina".

Sempre fui um "escutador de música", daqueles que sentam pra ouvir um disco e se concentram nele, música a música, curtindo e criticando ao mesmo tempo.

Quando gosto mais de uma, repito-a até me convencer ou não de que ela mereça a chance de entrar no meu ranking das preferidas.

Estas são aquelas que conseguiram chegar à condição de eternas. Que não me canso jamais de ouví-las, sempre com o mesmo prazer e emoção.

Existem outras que resistem algum tempo, mas acabam ficando pelo caminho, mas não deixam de ser boas e ouvidas de quando em vez.

Claro que tenho bandas, cantores e canções preferidos e eles são um prato cheio pra outro artigo, em outra oportunidade.

O fato é que o tempo me tornou mais eclético, flexível e tolerante, e hoje procuro escutar qualquer tipo de música, sem preconceito, apesar de reconhecer que existe uma grande quantidade de lixo musical espalhada por aí. 
De qualquer forma estou mais zen e sou até capaz de apontar as melhores entre as piores.

Como nada é perfeito confesso que escutar Rap, Hip Hop, Axé e Sertanejo Pop, é duro e tenho sempre a sensação iminente (tudo a ver com o Eminen) de ter um infarto.

O fato é que dependendo do momento e situação, da pra se ouvir qualquer tipo de música, variando, é claro e muito, o tempo de escuta entre umas e outras. 

A música é antes de tudo ritmo e está intimamente ligada às batidas do nosso coração, de onde se origina tudo.

Apesar de concordar com a importância do ritmo, o que admiro mesmo é a melodia e acho que ela fala por si e tem importância única.

É claro que quando está combinada com um ritmo legal e uma bela letra, forma algo espetacular.

A letra nem sempre sobrevive sozinha e, ao contrário, pode até deixar de ser percebida se a melodia e o ritmo não forem bons, nem adequados. 

O bom da coisa é que a música não precisa ser rebuscada, nem muito trabalhada e, apesar de existirem belas canções e obras clássicas, acontecem músicas simples e até tolas que acabam funcionando como um grude, voce escuta uma vez, ela gruda, você assimila e, pronto, não sai mais da sua cabeça.


Na verdade o ponto essencial é que a "música" tem que ser boa e ai começa uma discussão eterna.
O que é música boa?

O que é lixo pra mim pode ser luxo pro outro e vice versa.

Tentando conciliar acho que música boa é aquela que fala ao coração, seja em que ritmo for e do jeito que for,  pode ser brega, romântica, acelerada, apaixonada e, vá lá, eletrônica.

Pra chegar ao coração a música tem que emocionar e, ao meu ver, passar algo verdadeiro, positivo, transcendental.

Em outras palavras deixar a gente fora de si ou de mim mesmo. (Risos) 

Eu que sempre fui roqueiro de primeira hora, pirei o cabeção uma vez, quando ouvi a música "Tocando em Frente" de Renato Teixeira e Almir Sater, na voz da Maria Betânia.

Engraçado que nenhum deles figuravam na minha agenda de artistas escutáveis.

Depois disto fiquei fã e acabei até votando nela como a melhor música brasileira do século XX. (Vai explicar).

Como John Lennon disse a respeito de Hey Jude feita pelo Paul, "Tocando em Frente" tem uma letra dos diabos de boa, e uma melodia linda. 

Na realidade, por ser uma das mais fortes expressões do ser humano e fonte de comunicação universal, a música acaba refletindo momentos, situações e o "clima" vivido no mundo em diversas épocas.

Só para exemplificar, o período mais fértil da música brasileira foi durante a ditadura militar, quando a censura e repressão às manifestações de qualquer ordem contribuiram para a criatividade de poetas, escritores compositores e artistas em geral.

Nunca o país produziu tanto culturalmente.

Sou forçado a admitir que as situações difíceis ou de concorrência acirrada entre bons artistas contribuem muito para a criatividade.

Ao contrário, quando a situação é de baixa produção/qualidade o que se vê é uma inversão de valores e a mediocridade tomando conta geral, que nem hoje. 

Desta forma a música tem uma influência e ao mesmo tempo faz uma leitura sobre a vida e a realidade dos povos e acompanha e influencia a caminhada do homem na terra. 

Se isto for realmente verdade, é preocupante a conclusão de uma pesquisa realizada pela Universidade do Kentucky nos EUA, que através de psicólogos, analisou as letras das canções que estiveram no hit parade americano entre 1980 e 2007.

Ela constata uma crescente tendência ao narcisismo e a hostilidade.

As palavras "eu", "me" e "mim" aparecem com mais frequência junto a palavras relacionadas a raiva no último período, ao mesmo tempo, em que fica claro a queda no uso de "nós" e de expressões de emoções positivas.
Fica patente que a música de hoje fala menos de amor e mais de ódio e morte.

Comparando as realidades, as músicas dos anos 80 mostram que o amor era mais fácil e positivo e as músicas atuais retratam o desapontamento das pessoas por não conseguirem alcançar o que desejam.

Claro que não há fundamentação científica neste tipo de pesquisa, mas ela não deixa de ser um indicativo e algo a nos fazer pensar.

Será que até a música está pedindo socorro pela situação que vivemos?

Esta tendência verificada na inversão de papéis entre a melodia e a letra, com a última passando a ser mais realçada e a outra ficando relegada a um papel secundário, não será um sinal?

Afinal, as músicas atuais estão sendo, cada vez mais faladas do que cantadas, algumas até berradas, e os temas, na maioria das vezes, são sempre negativos.

O que sobressai é rancor, mal gosto e grossura.

Quem ainda está fazendo ou tentando fazer melodias de fato são compositores com 50, 40, 30 ou 20 anos de carreira, que ainda estão na estrada.

Eu como bom apreciador de melodias vejo que as boas canções estão ficando cada vez mais raras e dificeis, ou então, confesso, estou ficando velho e não entendo mais nada.

Pra mim não faz diferença, pois terei a sabedoria de recolher-me à minha feliz insignificância e vou curtir, sozinho e com quem quiser, os meus artistas preferidos e, desculpem o mal jeito, azar de quem não for da minha turma.
Mas falando sério e sendo sincero, ando preocupado com a situação.

Afinal o que está acontecendo com o mundo musical?

Falta inspiração? A situação está tão brava assim? Perdemos o dom? A beleza e a elegância foram pro saco? O tempo está menor? O que interessa é só afirmação e status? Acabou o senso crítico? Tudo tem que ser sempre rapidinho? Perdemos a capacidade de emocionar? Será que trilha sonora prejudica o desempenho? Música é só baticum? Desistimos de sonhar e de ter esperança? Ou o mundo despirocou de vez?

Amigos, na verdade, não gostaria de fazer mais perguntas, mas de ter as respostas e positivas.

Mas não tem jeito.

Será que o 03 de fevereiro de 1959 vai virar verdade?

Será que Don Maclean tinha razão?

Será o benedito ou o expedito?

PQP! A MÚSICA TAMBÉM TÁ MORRENDO?

Minha Nossa Senhora do Perpétuo Socorro não deixe isto acontecer.

Help!

Let the music play.

Forever.