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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SERÁ O IMPOSSÍVEL ? OI, BB OU BBB, O QUE SERÁ PIOR? - Por Benjamin Collares

Após 1 ano e 4 meses afastado do mercado de trabalho, recebi um convite para voltar. Não que não tenha trabalhado neste período, pois na definição googleniana, trabalho é toda atividade física ou intelectual com o objetivo de fazer, transformar ou obter algo.

Assim se levarmos a fundo esta definição veremos que não há porque classificar qualquer indivíduo como malandro ou vagabundo, pois se existem situações em que é melhor ficar calado, é claro que também existirão aquelas em é melhor não se fazer nada, especialidade desses indivíduos citados.

No meu caso, devo confessar que, nesse período, realizei muito mais trabalhos intelectuais do que físicos, claro que num conceito bem amplo de intelectualidade e bastante restrito de físico.

Mas este não é o ponto que desejo enfocar. Acontece que o meu novo empregador solicitou-me a abertura de uma conta no Banco do Brasil. Pra mim foi algo inédito, uma vez que pelo meu “espírito” desconfiado de mineiro, sempre relutei em ter conta no BB.  A minha teoria,  não compartilhada com ninguém até hoje, é de que nascer no Brasil foi destino; e, depois de tanto tempo, posso afirmar que não dá pra reclamar, apesar da parte” ruim” me deixar, muitas vezes, completamente injuriado e perplexo, mesmo já estando na fase da maturidade(rs); agora escolher  um banco de nome Brasil para  cuidar de minhas finanças é ser doido varrido, querer viver  perigosamente ou gostar de emoções fortes.

Na prática, apesar de poucas, as minhas experiências nunca foram boas com o BB, tendo é claro que se dar o desconto da minha prevenção natural.

Entusiasmado e com o espírito aberto encaminhei-me para a agência do meu bairro e entrei na fila pra pegar uma senha. A primeira situação que me chamou a atenção foi o fato de uma pessoa do banco estar ao lado da “maquina” de senha para distribuí-las. A princípio pensei que fosse um defeito no equipamento, depois vi que, na realidade, havia situações para pegar a senha e outras não.

 A abertura de conta, por exemplo, não era o caso de senha. Fui orientado a tirar cópia de todos os documentos e depois, voltar ao banco para entregá-las à recepcionista, que ficava em uma mesa ao lado da máquina de senha. Percebi que a realidade da fila permanecia a mesma, só que com a sofisticação de, agora, se ter fila com e sem senha. (Que som estranho).

A princípio me senti em posição desconfortável por não ter conseguido uma senha. Pra mim significava algo ruim, o que comprovei mais tarde. No meu pensamento, o fato de não possuí-la, me colocava de fora de uma espécie de “cliente vip que vai enfrentar filas” o que prenunciava mais complicações.

Fiz as cópias dos documentos numa banca de revista próxima e voltei ao banco para enfrentar a fila dos sem senhas. Depois de algum tempo consegui ser atendido, entreguei as cópias e expliquei o motivo para a abertura de uma conta. A recepcionista, muito simpática, me explicou, que pelos procedimentos do BB, ela deveria recolher os meus documentos e agendar uma data para eu retornar para finalizar o processo.

A minha surpresa foi que a data escolhida foi de 5 dias à frente e quando mencionei a necessidade de ter um número de conta pra informar ao meu empregador, ela me concedeu um desconto, reduzindo o prazo para 4 dias. (Ô Loko meu ou viva o BB).

Sem mais para o momento, me retirei da agência meio aéreo, sem entender direito, não acreditando, sem forças pra protestar pelo fato de que em pleno século 21 e na era da informática ter que gastar quase uma semana só para ter uma conta bancária aberta.

As justificativas que pensei para não explodir foram: 1) o BB, por ser o todo poderoso BB, pode se dar ao luxo de “escolher” os seus clientes, 2) o BB, por carregar nas costas esse nome, precisa : burocratizar, irritar, encher o saco,  complicar, dificultar e sacanear a vida dos atuais e futuros clientes, só pelo prazer de fazer isto ou pra preservar a cultura do país e, 3) apenas pra confirmar tudo que eu sempre imaginei dele:  “O BANCO QUE É A CARA DO BRASIL”. 

Como sempre há males que vem pra bem, o prazo exagerado dado ou pedido pelo BB deu tempo para que ocorressem mudanças de planos e que eu, graças a Deus, não precisasse mais abrir a conta no BB (Brigite Bardot) e pudesse utilizar a minha conta bancária “normal” de outro banco.

Vocês estão imaginando que a história termina aqui com um final feliz por um lado e infeliz por outro? Não, tem mais pela frente.

Uns 10 dias depois voltei ao BB pra buscar as cópias dos meus documentos entregues por antecipação, já que não precisaria mais abrir a conta. O que vocês imaginam que aconteceu?

A conta já estava aberta? Eu ganhei um premio especial por estar na fila certa, na hora certa e sem senha? Os documentos foram enviados de volta à minha residência, pois não compareci na data certa previamente agendada? O BB meu deu uma premio especial por ter sido o cliente número xxxxxxxx? Vocês acreditam que Papai Noel existe, só que a roupa que ele usa é preta e branca em homenagem ao Galo que entrega jogo de presente de natal ao maior adversário?
Ao dirigir-me à mesma recepcionista que me atendeu anteriormente e explicar-lhe a situação, fui orientado a entrar na agência propriamente dita e procurar o funcionário X da primeira mesa à direita. Para isto passei pela porta giratória, aquela que sempre barra toda mulher que estiver portando uma bolsa nos ombros. (Não é verdade?).
Expliquei novamente a situação ao funcionário x, que no primeiro momento tentou me voltar pra recepcionista, mas depois resolveu agir. Primeiro procurou nas pastas de propostas de abertura de contas em sua mesa e não encontrando foi ao andar superior onde funciona o atendimento agendado.
Dez minutos depois ele voltou, fez uma ligação telefônica e procurou novamente nas pastas em sua mesa. Por fim, sem solução, me disse que, provavelmente os meus documentos se encontravam no posto de atendimento do banco localizado ao lado da agência, perto do sacolão. Disse também que havia ligado para o posto e que os documentos não haviam sido localizados lá, mas que, provavelmente, estariam lá e que eu procurasse a funcionária y, que era chefe do posto. Sinceramente, da pra entender uma situação dessas?
Mais uma vez sai da agência um pouco aéreo, sem entender direito, não acreditando no que havia acontecido.
Não procurei posto nenhum, nem fiz sacolão. Fui pra casa intrigado e com a pergunta na cabeça que queria fazer ao funcionário x e deixei pra lá. Se eu entreguei os documentos na agência que escolhi, porque é que eles foram parar supostamente no posto perto do sacolão? Será que o BB possui um departamento de classificação de abertura de contas em que algumas são escolhidas para serem abertas pelo posto perto do sacolão? Será que são as sem senhas? Ou é feito um sorteio das contas classificadas para a agência e para o posto? Ou será que as contas consideradas abacaxis ou pepinos contam com a colaboração dos funcionários do sacolão na avaliação final?
Não me interessa mais as respostas. Sei que no Brasil, na maior parte das vezes, elas quase sempre não esclarecem, apenas dissimulam, enganam e fingem responder mudando completamente o rumo da prosa. Afinal estamos no Brasil e assim também sempre será o Banco do Brasil.
Aprendi a viver no meu país e a conviver com as situações. Na maioria das vezes não é pra se levar a sério o que se diz, o que é noticiado, nem o que é alardeado como feito. Só o tempo pra ensinar como se faz esta decodificação. Claro que muitas vezes você se engana com uma situação, pessoa, associação, partido político, etc,  mas rapidamente tudo é reprocessado e você passa a ter novos parâmetros de avaliação.
Não me iludo mais, nem tenho a pretensão de ver o Brasil finalmente deixar de ser o país do futuro e se tornar realidade. Pra ser otimista espero que a geração dos meus netos possa conseguir este feito, apesar de achar uma missão quase impossível em razão da situação atual e vejam vocês que meus netos ainda nem nasceram. (rs)
Um exemplo de situação vivida por mim recentemente foi um processo judicial com a empresa de telefonia OI (pelo nome já da pra se avaliar). Não interessa aqui o que aconteceu, talvez em outro artigo, mas durante todo o processo a empresa utilizou de vários expedientes para vencê-lo na pressão. Envia seu nome pro Serasa indevidamente, depois encaminha propostas com descontos de 50% pra saldar a dívida que você está tentando provar que não é sua e dificulta ao máximo qualquer contato ou acordo. Nesta situação a persistência é tudo, pois você está com a razão e, claro, precisa de um advogado. Foram quase 3 anos pra ver a dívida ser reduzida pela justiça a menos de 10% do valor cobrado e a empresa ainda pagar uma multa de 4 vezes o valor cobrado inicialmente. Este é o nosso País. As empresas agem assim, porque a justiça é lenta e a maioria das pessoas não tem paciência para esperar e acabam concordando com um bom desconto numa dívida que não é delas.
Por estas e outras, que o Brasil não é pra ser levado tanto a sério, tudo tem de ser a meia boca, na média, a meia luz (rs). Praticar o bom humor e ter paciência são qualidades essenciais para se viver e entender o espírito e o jeito brasileiro de ser. .
Por isto em vez de me preocupar com OI ou BB, e também pra escrachar de vez, não vejo a hora de começar o BBB 12 em janeiro de 2012 (que coisa mais deprimente) e, porque não, de chegar a copa do mundo de 2014 pra ver como será.  
É MUITA EMOÇÃO NA SUA TELEVISÃO. BRASSSSSIIIILLLLL.

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